A Daphnia Magna é
um microcrustáceo de água doce, vulgarmente designado por pulga-de-água, devido
aos movimentos específicos das segundas antenas que lhe dão a aparência de se
deslocar em pequenos saltos. Apresenta, como todos os crustáceos, uma carapaça
que no seu caso sofre uma muda diária.
Alimenta-se de algas e é a
presa principal de vários peixes. Habita meios aquáticos (águas calmas) tais
como charco.
É muito usada em
bioensaios toxicológicos devido á sua elevada sensibilidade a substâncias
químicas, nomeadamente em testes que avaliam a ecotoxicológica de novos agentes
químicos, de efluentes urbanos e de ecossistemas de água doce.
Em condições naturais, a Daphnia
Magna reproduz-se por partenogénese. Ou seja, durante a maior parte do ano
as populações naturais de Daphnia Magna são constituídas
maioritariamente por fêmeas, sendo os machos apenas abundantes na Primavera e
no Outono. Contudo, em laboratório, onde as condições ambientais são favoráveis
e constantes, a reprodução sexuada não ocorre, originando-se clones o que
permite eliminar a variabilidade genética.
O seu ciclo de vida varia
entre um mês e meio e dois meses. Quando é mantida em laboratório, esta espécie
origina juvenis de 2 em 2 dias. Os ovos são libertados quando estas mudam de
carapaça.
Segundo SILVA (2008), a Daphnia magna apresenta características vantajosas que a tornam um
excelente organismo teste:
- Animal fácil de cultivar em laboratório, com
baixo custo, proporcionando um elevado número de organismos;
- Requer pouco espaço e pequenas quantidades de
soluções aquosas, devido às reduzidas dimensões;
- Possui um ciclo de vida curto, relativamente
ao ciclo biológico de outras espécies (ex. peixes, mamíferos);
- Apresenta elevada fecundidade e reprodução
partenogénica, sendo fácil a obtenção de populações homogéneas em termos
de tamanho, idade e sexo, o que permite eliminar a variabilidade genética
dos ensaios;
- Apresenta uma ampla distribuição geográfica e
importância ecológica com significativo relevo nas cadeias alimentares de
água doce;
- Possui
elevada sensibilidade a uma grande variedade de tóxicos;
Possui respostas biológicas fundamentais muito
semelhantes às humanas e, dado ser perfeitamente transparente, os seus órgãos
internos são visíveis ao microscópio, podendo observar-se, por exemplo, o tubo
digestivo, o batimento do seu coração, a fecundidade ou o funcionamento do seu
olho.