Em que água vives

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domingo, 22 de junho de 2014

6 – A Daphnia magna

A Daphnia Magna é um microcrustáceo de água doce, vulgarmente designado por pulga-de-água, devido aos movimentos específicos das segundas antenas que lhe dão a aparência de se deslocar em pequenos saltos. Apresenta, como todos os crustáceos, uma carapaça que no seu caso sofre uma muda diária.


Alimenta-se de algas e é a presa principal de vários peixes. Habita meios aquáticos (águas calmas) tais como charco. 

É muito usada em bioensaios toxicológicos devido á sua elevada sensibilidade a substâncias químicas, nomeadamente em testes que avaliam a ecotoxicológica de novos agentes químicos, de efluentes urbanos e de ecossistemas de água doce.

Em condições naturais, a Daphnia Magna reproduz-se por partenogénese. Ou seja, durante a maior parte do ano as populações naturais de Daphnia Magna são constituídas maioritariamente por fêmeas, sendo os machos apenas abundantes na Primavera e no Outono. Contudo, em laboratório, onde as condições ambientais são favoráveis e constantes, a reprodução sexuada não ocorre, originando-se clones o que permite eliminar a variabilidade genética.

O seu ciclo de vida varia entre um mês e meio e dois meses. Quando é mantida em laboratório, esta espécie origina juvenis de 2 em 2 dias. Os ovos são libertados quando estas mudam de carapaça.

Segundo SILVA (2008), a Daphnia magna apresenta características vantajosas que a tornam um excelente organismo teste:
  • Animal fácil de cultivar em laboratório, com baixo custo, proporcionando um elevado número de organismos;
  • Requer pouco espaço e pequenas quantidades de soluções aquosas, devido às reduzidas dimensões;
  • Possui um ciclo de vida curto, relativamente ao ciclo biológico de outras espécies (ex. peixes, mamíferos);
  • Apresenta elevada fecundidade e reprodução partenogénica, sendo fácil a obtenção de populações homogéneas em termos de tamanho, idade e sexo, o que permite eliminar a variabilidade genética dos ensaios;
  • Apresenta uma ampla distribuição geográfica e importância ecológica com significativo relevo nas cadeias alimentares de água doce;
  •  Possui elevada sensibilidade a uma grande variedade de tóxicos;
Possui respostas biológicas fundamentais muito semelhantes às humanas e, dado ser perfeitamente transparente, os seus órgãos internos são visíveis ao microscópio, podendo observar-se, por exemplo, o tubo digestivo, o batimento do seu coração, a fecundidade ou o funcionamento do seu olho.