Em que
água Vives? É o tema do projeto que surgiu no âmbito do clube Eco-Escolas do
agrupamento de escolas D. Afonso Henriques em Vila das Aves. Pretendemos
desenvolver um trabalho laboratorial de natureza pedagógica e avaliar o impacto
ambiental da indústria têxtil na qualidade biológica da água dos rios Ave e
Vizela utilizando Daphnia magna como
bioindicador. Em parceria com investigadores do CIIMAR – centro
interdisciplinar de investigação marinha e ambiental, pretende-se realizar
ensaios de toxicidade aguda com recurso a Daphnia
magna.
A água é
um dos recursos naturais mais abundantes e mais utilizados no nosso planeta.
Parece estar por todo lado. Ocupa quase dois terços da superfície do planeta e
o ciclo hidrológico permite a sua constante renovação. Isto é o paradigma que
sustenta a crença que é inesgotável, contudo, é sabido que apenas uma ínfima
parte se encontra disponível. Esta disponibilidade tem que ser repartida quer
pelo homem quer pelos restantes seres vivos que com ele partilham o planeta pois
é condição essencial para a vida, e um dos bens mais preciosos do planeta. A
sua poluição e má utilização tem sido um dos fatores que mais têm impulsionado
a sua procura e é tempo de olhar com mais atenção para este recurso que corre
risco se tornar um bem de luxo.
A
população da região de Vila das Aves deve o seu desenvolvimento socioeconómico
a este recurso. O desenvolvimento das unidades industriais têxteis no início do
seculo XX nesta região dependeu da água que corriam nos rios Ave e Vizela e que
forneceram a matéria para a produção e coloração de tecidos, assim como,
permitia a geração de energia elétrica necessária ao funcionamento da
maquinaria têxtil.
Os rios
foram importantes mas também serviram como locais de descarga de águas
residuais provenientes desse mesmo sector industrial.
São
conhecidos os dias em que as águas do Vizela e Ave corriam com múltiplas cores,
sinais de descarga das águas das tinturarias. Os químicos utilizados foram
responsáveis pela destruição dos seres aquáticos. Contudo a implementação de
regras de proteção e conservação da natureza e a instalação de ETAR´s em várias
destas empresas permitiram a recuperação lenta e gradual destes rios que agora
veem a biodiversidade a retornar lentamente.
Contudo,
apesar do que é atualmente visível, que tipo de qualidade tem a água para os
seres que nela habitam. Terá qualidade biológica? Isto é, terá a qualidade
necessária à sustentação de seres vivos?